‘Woke’, ‘brat’, ‘weird’, ‘Maga’: o que significam os termos que marcam eleição nos EUA

Os termos “woke”, “brat”, “weird” e “Maga” não são apenas palavras, mas símbolos de identidades políticas e sociais que estão moldando a eleição nos Estados Unidos em 2024. Cada um desses termos carrega significados complexos que ressoam de maneiras diferentes entre os eleitores, refletindo as divisões profundas que existem na sociedade americana. À medida que a eleição se aproxima, é provável que vejamos esses termos e outros similares continuarem a influenciar o debate público, mostrando o poder da linguagem na política moderna.
termos que marcam eleição nos EUA

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As eleições presidenciais nos Estados Unidos de 2024 estão sendo moldadas não apenas pelos candidatos e suas propostas, mas também por um vocabulário específico que vem ganhando destaque, especialmente nas redes sociais. Termos como “woke”, “brat”, “weird” e “Maga” têm sido amplamente utilizados tanto por políticos quanto por eleitores, criando uma linguagem comum que influencia o debate público. 

A importância do inglês

Antes de nos aprofundarmos nos significados dos termos, é importante entender por que o inglês desempenha um papel tão crucial nas eleições dos Estados Unidos. O inglês, sendo a língua oficial do país, é a base da comunicação entre candidatos e eleitores. As palavras e expressões escolhidas por candidatos para transmitir suas mensagens são cuidadosamente selecionadas para ressoar com o público. Em uma eleição tão polarizada como a de 2024, as palavras não são apenas ferramentas de comunicação, mas também armas de persuasão.

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Woke

O termo “woke” é uma gíria que se tornou popular nos últimos anos, especialmente nas discussões sobre justiça social. Originalmente, “woke” significava estar desperto para questões sociais e políticas, como o racismo e a desigualdade. No entanto, o termo evoluiu e ganhou diferentes conotações ao longo do tempo. Hoje, ele pode ser usado tanto como um elogio quanto como uma crítica.

Entre os democratas, ser “woke” é visto como estar consciente e engajado em lutas por direitos civis e justiça social. Já entre os republicanos, o termo é frequentemente usado de forma pejorativa, sugerindo que os “woke” são excessivamente preocupados com questões que, na visão deles, são exageradas ou sem importância real. Essa divergência no uso do termo reflete a polarização política nos Estados Unidos e a maneira como as palavras podem ser reapropriadas para diferentes fins.

Brat

“Brat” é um termo que tem ganhado popularidade, especialmente entre os jovens, e recentemente foi associado à vice-presidente Kamala Harris. A palavra, que em inglês significa algo como “mimada” ou “travessa”, foi usada inicialmente em um contexto de música pop, mas rapidamente foi adotada para descrever a personalidade de Harris de forma mais leve e descontraída.

A cantora britânica Charli XCX, que popularizou o termo em seu álbum mais recente, descreve uma “brat” como uma garota que é bagunceira, gosta de festas, fala o que pensa e não se preocupa em seguir as normas sociais. Quando aplicado a Kamala Harris, o termo “brat” sugere que ela desafia as convenções tradicionais de uma política americana, especialmente por ser a primeira mulher, pessoa negra e de descendência sul-asiática a ocupar o cargo de vice-presidente.

A adoção desse termo pela campanha de Harris é uma estratégia para atrair eleitores mais jovens e conectados com a cultura pop, mostrando uma figura política que é mais acessível e menos formal. Ao se identificar como uma “brat”, Harris busca construir uma identidade que ressoe com a geração Z, que valoriza autenticidade e a quebra de padrões.

Weird

O termo “weird”, que em português pode ser traduzido como “esquisito” ou “bizarro”, foi utilizado pela campanha de Kamala Harris para descrever Donald Trump e seu vice, JD Vance. A palavra foi inicialmente empregada pelo governador democrata de Minnesota, Tim Walz, que chamou Trump de “um cara bizarro”. A expressão rapidamente ganhou popularidade e foi incorporada na campanha de Harris como uma maneira de descrever seus oponentes de forma humorada e desdenhosa.

Chamar Trump de “weird” faz parte de uma estratégia mais ampla da campanha democrata de desviar das críticas tradicionais e adotar um tom mais leve e até irônico. Isso pode ajudar a suavizar a imagem de Harris e fazer com que ela pareça uma escolha mais razoável e normal para os eleitores, contrastando com a figura de Trump, que é frequentemente retratada como controversa e imprevisível.

No entanto, Trump rapidamente respondeu, negando ser “bizarro” e devolvendo a acusação a seus adversários. Esse tipo de troca de acusações usando termos simples é um exemplo de como a linguagem pode ser utilizada para moldar a percepção pública de um candidato.

Maga

“Maga” é uma sigla para “Make America Great Again” (Tornar a América Grande Novamente), o lema da campanha de Donald Trump desde 2016. Este slogan se tornou um dos símbolos mais reconhecidos da política americana contemporânea, especialmente entre os apoiadores de Trump. A frase é frequentemente vista em bonés vermelhos, camisetas e outros itens, tornando-se uma espécie de marca registrada do movimento Trumpista.

O slogan “Maga” foi originalmente utilizado por Ronald Reagan em sua campanha presidencial de 1980, mas Trump o revitalizou e deu a ele um novo significado. Para muitos republicanos, “Maga” representa um desejo de voltar a um tempo em que os Estados Unidos eram vistos como uma potência mundial indiscutível. No entanto, críticos apontam que o slogan carrega conotações de exclusão, sugerindo que a “grandeza” a que Trump se refere é limitada a um grupo específico de americanos, geralmente descritos como anglo-saxões, protestantes e brancos.

O sucesso de “Maga” como slogan político se deve à sua simplicidade e ao apelo emocional que provoca. Ele cria uma imagem poderosa de um passado idealizado que muitos apoiadores de Trump desejam recuperar.

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